Tarifas dos EUA sobre o Brasil podem redefinir o comércio global de carne bovina
- Paul Shack
- 28 de ago.
- 2 min de leitura

EUA impõem tarifas sobre a carne bovina brasileira
A recente decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre a carne bovina do Brasil promete alterar de forma significativa o cenário do comércio internacional. Analistas afirmam que a medida deve impactar tanto os fluxos globais de exportação quanto os preços internos em países parceiros.
O Brasil é hoje o maior exportador mundial de carne bovina, com a China como principal comprador. Porém, a mudança nas tarifas americanas abre espaço para que outros países ajustem suas estratégias comerciais.

México e Austrália devem ganhar protagonismo
Em agosto, o México ultrapassou os EUA e se tornou o segundo maior destino da carne bovina brasileira. Segundo o consultor pecuário Mauricio Nogueira, diretor da Athenagro, esse movimento pode se intensificar:
“É muito provável que países que conseguem triangular a carne bovina brasileira aumentem suas compras, seguindo o exemplo do México”, afirma Nogueira. “Se o México passar a enviar mais carne para os EUA, precisará comprar de outros fornecedores, possivelmente do Brasil.”
Além do México, a Austrália surge como alternativa estratégica para abastecer os EUA, aproveitando a brecha deixada pelo Brasil.

Argentina e outros mercados alternativos
Outro possível beneficiado é a Argentina, que pode ampliar suas importações de carne brasileira para depois reexportar aos Estados Unidos. Esse movimento consolidaria a Argentina como player relevante no comércio internacional de proteína animal.
A consultoria Athenagro manteve sua previsão para 2025, projetando um crescimento de 7,5% nas exportações brasileiras, alcançando 3,08 milhões de toneladas, apesar da imposição tarifária.
Impactos na inflação e no consumo no México
Tarifas dos EUA Brasil de acordo com Luis Rua, secretário de Comércio Exterior do Ministério da Agricultura, a carne bovina brasileira é essencial para manter a inflação mexicana sob controle. No entanto, ainda não está claro se o México reexportará esses produtos para os Estados Unidos.
Nova dinâmica do mercado global de carne bovina
O economista Thiago de Carvalho reforça que a decisão americana pode abrir oportunidades para o Brasil em mercados antes dominados pela Austrália. Com a oferta global restrita, especialmente após a queda histórica do rebanho bovino nos EUA, a demanda por carne brasileira pode crescer.
O Japão, tradicional comprador da carne norte-americana, já avalia abrir seu mercado para a proteína brasileira, o que ampliaria ainda mais o alcance global do produto.

Brasil diante de novos caminhos no comércio internacional
As tarifas impostas pelos EUA devem remodelar o fluxo global de carne bovina, redistribuindo mercados e abrindo novas oportunidades para o Brasil. Apesar dos desafios, especialistas acreditam que a forte demanda internacional continuará sustentando o crescimento das exportações brasileiras, com destaque para China, México, Argentina e Japão como potenciais protagonistas desse novo cenário.


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