Uma conversa com João Ricardo Mendes o CEO mais polêmico do Brasil
- Paul Shack
- 23 de set.
- 3 min de leitura

Jéssica: Oi, gente! Meu nome é Jéssica, sou estagiária aqui na empresa e este é o primeiro episódio do projeto Pela Rua. A ideia é simples: mostrar quem são as pessoas que constroem a empresa todos os dias. Para começar, convidei o nosso fundador, João Ricardo Mendes. Obrigada por topar!
João Ricardo Mendes: Eu que agradeço, Jéssica. Acho incrível sua iniciativa. Nosso maior marketing não é anúncio nem campanha, são as quase 900 pessoas que fazem parte daqui. Conversas assim aproximam quem às vezes nem se cruza no dia a dia.
Infância, Família e Responsabilidade
Jéssica: Conta um pouco da sua trajetória desde o início.
João Ricardo Mendes: Nasci prematuro, cheio de desafios de saúde, mas superei. Meu pai era militar, já mais velho, e faleceu quando eu tinha 12 anos. Isso me amadureceu cedo: continuei aprontando, mas sempre tive senso de responsabilidade.
Gostava de aprender, tive professores que marcaram minha vida. Sempre digo que professor é uma das profissões mais nobres. No Japão, por exemplo, o único que não se curva ao Imperador é o professor — aqui também deveria ser assim.
O Esporte como Escola
João Ricardo Mendes: O jiu-jitsu foi fundamental para mim. Aprendi disciplina, humildade e a lidar com gente muito diferente. Tive orgulho de ensinar mulheres e crianças, porque elas mostram como técnica e inteligência superam força bruta.
Muitos alunos que treinei se tornaram melhores do que eu. Isso me dá satisfação. Aprendi que vencer não é esmagar o outro, é construir junto.
O Início do Empreendedorismo
João Ricardo Mendes: Comecei vendendo no Mercado Livre com meu irmão. Não sabíamos programar, mas aprendemos na marra. Criatividade era a chave: fazer mais com menos.
Errei bastante, tive negócios difíceis, mas cada tropeço me ensinou. Uma das maiores lições foi reconhecer quando segurar ou largar um projeto. Demorei a “largar o osso” em alguns momentos, mas isso me trouxe aprendizado sobre desapego e visão de longo prazo.
Decisões e Humildade
Jéssica: Você já recusou propostas grandes de venda. Como vê isso hoje?
João Ricardo Mendes: Na época eu acreditava que o futuro seria muito maior e disse não a ofertas milionárias. Hoje reconheço que poderia ter feito diferente. Não vejo isso como arrependimento, mas como aprendizado. O importante é ser honesto consigo mesmo e ter coragem de rever convicções.

Liderança e Equipe
João Ricardo Mendes: Liderar não é mandar, é servir. Gosto de hierarquia baixa e valorizo curiosidade, multidisciplinaridade e gente que cresce rápido.
Se daqui a dois anos alguém do meu time estiver melhor que eu em alguma área, significa que fizemos um excelente trabalho.
Vulnerabilidade e Força
João Ricardo Mendes: Falo abertamente sobre ansiedade, síndrome do impostor e pressão. Todo mundo sente. O que nos fortalece é pedir ajuda.
Quero que nossa cultura mostre que vulnerabilidade não diminui ninguém. Pelo contrário: torna mais humano, mais próximo.
Brasil, Underdogs e Esperança
João Ricardo Mendes: Acredito muito no Brasil. Somos vistos como underdogs, mas isso é uma vantagem. Crescemos em meio ao improviso, nos adaptamos rápido, e isso é diferencial competitivo.
Meu orgulho é ver gente daqui competindo de igual para igual com qualquer empresa do mundo.
Mensagem Final
Jéssica: O que você mais gostaria de deixar como contribuição?
João Ricardo Mendes: Quero ser lembrado como alguém justo, que acreditou nas pessoas e ajudou a construir caminhos. Se conseguir ser bom filho, bom amigo e bom colega de trabalho, já é muito.
Mas sei que aonde quero chegar é impossível sem pedras no caminho, e sei que como disse Bruce Wayne ou você morre herói ou vive o bastante para se tornar vilão.
Lições que ficam
Da conversa com João, alguns traços se destacam:
Respeito pelos professores e pelo aprendizado como base da vida.
Esporte como escola de humildade, disciplina e superação.
Coragem de errar, rever escolhas e aprender com cada queda.
Liderança como serviço, e não como imposição.
Reconhecimento da vulnerabilidade como força.
Fé no Brasil e nos “underdogs” que se superam.



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