Brasil reage às tarifas de Trump: fim da isenção de de minimis e cenário de guerra comercial em 2026
- Paul Shack
- 30 de ago.
- 2 min de leitura

Por Ricardo Lemos Atalla
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou planos para retaliar contra as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A informação foi confirmada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, em entrevista, destacando que os EUA serão notificados formalmente nesta sexta-feira.
A medida faz parte da estratégia brasileira de pressionar Washington a negociar antes que a disputa escale para uma guerra comercial mais ampla.
Fim da isenção de minimis nos EUA
Separadamente, chega ao fim a brecha tributária conhecida como de minimis, que permitia a importação de pacotes de até US$ 800 sem pagamento de tarifas. A partir desta sexta-feira, todos os envios passam a ser taxados entre 10% e 50%, dependendo da origem.
Essa decisão deve impactar diretamente varejistas online e marketplaces que dependiam do fluxo de pequenos pacotes vindos da Ásia.

União Europeia busca acordo com os EUA
A Comissão Europeia anunciou proposta para eliminar todas as tarifas sobre produtos industriais importados dos EUA. A medida é um passo inicial do acordo-quadro firmado entre Trump e a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.
O objetivo é acelerar a remoção das tarifas americanas sobre carros europeus — um ponto de forte atrito no comércio transatlântico.
México endurece contra importações chinesas
O México deve seguir a linha de Washington e aumentar tarifas sobre automóveis, têxteis e plásticos chineses em seu orçamento de 2026, segundo a Bloomberg.
A pressão vem da acusação de Trump de que produtos chineses entram no território mexicano para depois serem revendidos aos EUA sem as tarifas impostas.
Índia sob novas tarifas de Trump
As tarifas de 50% sobre produtos indianos já estão em vigor. Além disso, Trump adicionou mais 25% de sobretaxa devido à compra de petróleo russo pela Índia.
Analistas afirmam que a medida pode prejudicar uma tentativa de décadas dos EUA de estreitar relações estratégicas com Nova Déli.
Contexto global: EUA, China e a disputa comercial
O cenário atual ilustra como as tarifas de Trump estão forçando países como Brasil, Índia e México a se reposicionarem entre os EUA e a China.
No início de agosto, Trump havia anunciado tarifas “recíprocas” sobre dezenas de parceiros comerciais, medida que agora enfrenta questionamentos jurídicos na Justiça americana. Um julgamento no Tribunal de Apelações do Circuito Federal dos EUA pode alterar o rumo das sanções nos próximos dias.
Com Brasil, México, Índia e União Europeia reagindo, o comércio global caminha para um 2026 muito diferente. As tarifas de Trump não apenas redefinem alianças, mas também abrem espaço para uma nova configuração de mercados e cadeias de suprimento.



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